A Etnografia de Movimentos Sociais na América Latina é um rápido estudo qualitativo. Desenvolvido de março a setembro de 2021, que utilizou dados secundários em bancos de dados digitais e coleta de dados, através da etnografia virtual nas mídias sociais de movimentos sociais selecionados em três países: Brasil, Equador e México.
A pesquisa foi realizada em 3 etapas:
Foi realizado um levantamento dos movimentos sociais representativos das populações vulneráveis que utilizam as redes sociais como veículo de informação e mobilização social.
Na segunda fase, foram excluídas as páginas virtuais e os grupos que não trouxeram informações ou iniciativas realizadas para a pandemia da Covid-19. Foram selecionadas duas populações em cada país, sendo os povos indígenas uma categoria comum.A segunda população foi selecionada pela relevância do movimento para a sociedade e/ou sua participação na resposta à Covid-19.
Oito movimentos sociais dos três países foram selecionados.
Com os movimentos selecionados, foi iniciada a fase de etnografia virtual (devido à pandemia Covid-19). O trabalho etnográfico tradicional requer trabalho de campo face a face, o que permite ao etnógrafo ganhar a confiança do grupo que ele pesquisará (Polianov, 2013). O espaço virtual traz uma novidade em relação à etnografia tradicional, pois as pessoas podem interagir a partir de espaços geográficos completamente diferentes e o "campo torna-se 'texto em uma tela'" (Evans, 2010).
Para construir um diário de campo, foi utilizado o seguinte roteiro de etnografia:representam, verificando se são de âmbito local, regional, nacional ou global
• Descrição das campanhas mobilizadas durante o período do estudo
• Descrição dos temas, questões, agendas presentes e questões e temas transversais. Por exemplo: feminismo negro, LGBTQIA+ indígena.
• Conteúdo sobre a Covid-19 que são divulgados: observar de acordo com o período da pandemia, por exemplo, o início do confronto, medidas de isolamento social e uso de máscaras; período de relaxamento das regras de isolamento; período de negociação e produção de vacinas e período do início da vacinação
• Observação, além do conteúdo, das as opiniões, posições, demandas e mobilizações dessas redes
• Observação sobre quais foram os conteúdos mais frequentes sobre a Covid-19 no momento da observação (por exemplo, em fevereiro, os movimentos urbanos e de favelas se concentraram na questão da ajuda de emergência, enquanto os povos indígenas se concentraram na reivindicação de garantia de vacinação)
• Identificação dos fatores-chave que aparecem na página como responsáveis, convidados, entrevistas, opinião, etc.
• Eventos organizados na Covid-19 - lives, seminários virtuais, reuniões (descrição do período, temas, convidados, participantes, redes de relacionamento com outros movimentos, patrocinadores se houver e interações com seguidores - comentários, como/não semelhantes)
[Image - Marcha dos povos indígenas contra o PL 490/2020, que queria criar o Marco Temporal Indígena, uma tese que defende que os povos indígenas só podem reivindicar as terras demarcadas onde estavam fisicamente localizados até 1988 - Auá Mendes]