Este projeto foi realizado pela Fundação Fiocruz Oswaldo Cruz e The Global Health Network, e financiado pela " Covid-19: Strengthening Global Research Collaboration and Impact" (MRC/UK, NIHR/UK) com a colaboração de centros de pesquisa no Brasil, México e Equador.
Identificar, observar, mapear, descrever e analisar as iniciativas e estratégias de mobilização realizadas pelos movimentos sociais de populações vulneráveis, através da Internet, para combater a pandemia de Covid-19 em três países da América Latina durante o período de março de 2020 a julho de 2021.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mapear os movimentos sociais das populações vulneráveis de três países latino-americanos (Brasil, México e Equador)
Identificar e selecionar movimentos que, na internet, realizaram ações para responder à pandemia da Covid-19
Identificar as necessidades, posições e reivindicações do movimento selecionado durante a pandemia, assim como, mapear campanhas virtuais e ações organizadas de enfrentamento à pandemia liderada por esses grupos e suas possíveis consequências
Conduzir etnografia virtual de páginas virtuais de movimentos sociais selecionados que estão nas mídias sociais
POR QUE ESTE ESTUDO É IMPORTANTE
Durante a pandemia de Covid-19, muitos países enfrentaram medidas de quarentena para tentar evitar a propagação do novo coronavírus. Na América Latina, juntamente com a situação sanitária, as crises econômica e política também afetaram populações já vulneráveis, aprofundando as desigualdades sociais existentes. Devido às medidas de distância social, e no interesse de realizar um mapeamento com maior alcance e abrangência, foi decidido trabalhar exclusivamente com fontes digitais e etnografia de redes sociais para uma melhor compreensão das estratégias adotadas pelos grupos populacionais escolhidos. O motivo da escolha dos movimentos sociais se deve ao nosso entendimento da importância da sociedade civil organizada para pressionar e estabelecer agendas governamentais, especialmente em períodos de emergências sociais e de saúde. Além disso, entendemos que os movimentos de resistência dessas populações, apesar de vulneráveis, são poderosos e contestam as injustiças sociais em que vivem. É necessário desconstruir o paradigma de que estas são populações passivas e/ou mal-informadas - quando, na realidade, o silêncio se deve muito mais ao poder e capilaridade das forças opressivas do que às capacidades que estas populações realmente têm de resistir ao genocídio, às diversas discriminações e ao empobrecimento cada vez mais alarmante.
[Image 1 - Mulheres e violência. Artista: Milena Fernandes]
[Image 2 - Coletivos de mulheres e feministas lutando por seus diretos, pelo direito de aborto (Equador). Artista: Milena Fernandes]
[Image 3 - Famílias de pessoas desaparecidas no México e a campanha #LesQueremosdeVuelta (Queremos eles de volta). Artista: Milena Fernandes]